Geni é uma revista virtual independente sobre gênero, sexualidade e temas afins. Ela é pensada e editada por um coletivo de jornalistas, acadêmicxs, pesquisadorxs, artistas e militantes. Geni nasce do compromisso com valores libertários e com a luta pela igualdade e pela diferença. ISSN 2358-2618

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“Estou sendo vítima de ameças homofóbicas”

O que fazer em situações de violência? Geni responde na nova seção da revista

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Conrado postou esta dúvida no nosso grupo do Facebook e nós tivemos a ideia de transformá-la numa nova seção da Geni.

Todos os dias, pessoas que amamos, que apenas conhecemos, ou nós mesmos passamos por situações complicadas, que não sabemos como lidar. Dúvidas que doem, ataques de ódio, questões jurídicas ou de saúde, não é raro ver-se acuadx, sem saber a quem pedir ajuda.

Nós, do coletivo Geni, não sabemos de tudo. Mas acreditamos no poder da comunicação e nas redes de solidariedade que se formam entre as pessoas. Por isso, propomos fazer a ponte entre você e algumx especialista que possa responder a sua dúvida. Depois, publicaremos a conversa aqui (anonimamente, se você preferir), para que outras pessoas possam acessar esse conhecimento.

Se quiser escrever pra gente, é só mandar um e-mail para geni.revista@gmail.com, publicar na página do nosso coletivo no Facebook ou deixar um comentário aí embaixo.

 

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“Amigos, estou sendo vítima de ameaças de agressão por um homofóbico (as ameaças partem de um mesmo indivíduo, mas às vezes ele está acompanhado, então não sei se é algo isolado ou se é um grupo) que frequenta o Parque da Aclimação, onde eu corro. Quando aconteceu o primeiro incidente, tentei falar com os seguranças do parque, que foram bem negligentes e me trataram como se eu tivesse ‘dado motivo’. Hoje, novamente recebi ameaças, mas estava acompanhado de um amigo, o que fez com que a situação não piorasse.

 

Gostaria de conselhos sobre como proceder. Não sei o nome desse rapaz que me assedia, não tenho ideia de como ele me escolheu de vítima, só sei que não posso deixar a situação seguir assim e ficar refém do medo. Conhecidos já relataram agressões que sofreram ou que viram acontecer ali no parque, mas os envolvidos sempre preferem ‘não ter problemas’ e acabam se omitindo. Eu não quero ficar refém dessa situação nem me sentir culpado depois por não ter agido, caso algo aconteça comigo ou com outra pessoa. Aguardo possíveis conselhos de vocês. Obrigado.”

 

Conrado, de São Paulo

 

 

“Conrado, faça uma reclamação por escrito à administração do parque e pegue uma assinatura de recebimento. Diga que procurou os seguranças e o que eles disseram para você. Então vá à delegacia e faça um boletim de ocorrência, descrevendo o local, o agressor e as agressões. Como você tem uma testemunha, melhor ainda. Em todas essas situações, anote o nome das pessoas que te atenderam e marque o dia e o horário em que você foi atendido. São dados importantes se precisar entrar com um processo.”

 

Dário Neto, conselheiro LGBT do estado de São Paulo,
e Beto de Jesus, secretário de relações internacionais da ABGLT

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