Geni é uma revista virtual independente sobre gênero, sexualidade e temas afins. Ela é pensada e editada por um coletivo de jornalistas, acadêmicxs, pesquisadorxs, artistas e militantes. Geni nasce do compromisso com valores libertários e com a luta pela igualdade e pela diferença. ISSN 2358-2618

política

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Partidos importam

Geni lança uma campanha para conhecer melhor os partidos políticos brasileiros. Por Giovana Bonamim e Marcos Visnadi

Por que olhar para os partidos?

 

O atual regime democrático depende das eleições para definir cargos no Poder Legislativo e no Executivo. Os partidos políticos são as únicas instituições que podem competir por votos nas eleições para os dois poderes. São organismos centrais na vida política porque concentram recursos, porque são “donos” dos mandatos (ver lei de fidelidade partidária), porque recrutam candidatos e orientam as campanhas eleitorais.

 

Os políticos (sejam eles deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores ou presidentes) são parte de várias engrenagens. E a primeira e mais aparente delas é o partido.

 

Um partido que obteve nas eleições vários cargos ou cadeiras terá mais poder de impor sua posição sobre determinado assunto. Do mesmo modo, vários partidos podem formar alianças para votar e agir de modo semelhante a respeito de alguma decisão. De qualquer modo, na base das decisões os partidos sempre estão.

Um partido tem interesses econômicos, religiosos, sociais, culturais, étnicos. Um partido tem o poder de impor, por meio de políticas públicas, seus interesses econômicos, religiosos, sociais, culturais e étnicos. Pode ser composto por pessoas ilustres, empresários, celebridades, líderes de movimentos sociais, líderes religiosos, trabalhadores, artistas, professores ou estudantes. Pode ser composto sobretudo por homens, somente por homens ou por poucos homens. Pode ser composto majoritariamente por pessoas nascidas nos anos 60, nos anos 40, ou nos anos 80.

 

Que partido tem o perfil adequado para representar os seus interesses?

 

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Pelo avanço da agenda de igualdade de gênero e diversidade sexual no Brasil

 

Quando chegam as eleições, aparecem algumas candidaturas de pessoas comprometidas com o avanço em políticas de igualdade e diversidade sexual. Mas até que ponto os próprios partidos adotam posições a respeito da nossa luta?

 

Para abrir o debate sincero e objetivo sobre gênero e sexualidade na política, estamos enviando um questionário com uma série de perguntas para serem respondidas por cada partido. Nosso objetivo é conhecer o estado da discussão e a estrutura de que cada um deles dispõe para tratar de políticas de gênero e sexualidade. O resultado dessa enquete será divulgado na íntegra na Geni de setembro, um mês antes das eleições.

 

Junto com essa pesquisa, estamos abrindo também um espaço para que os partidos publiquem suas reflexões sobre questões de gênero, sexualidade e temas afins. Os textos serão publicados à medida que chegarem pra gente, a partir da próxima edição, até a Geni de agosto.

 

O objetivo da nossa revista é contribuir para o debate brasileiro sobre gênero e sexualidade, e esse debate está incompleto se não incluir o papel que os partidos políticos exercem no nosso sistema político, especialmente após a crise de representabilidade deflagrada nos protestos desde o ano passado. Com esta iniciativa, pretendemos aproximar nossxs leitorxs do universo dessa instituição-chave no Brasil, que tem influência direta no nosso cotidiano.

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