editorial
Contradesenho, editorial, Geni, mídia, midiativismo, número 12
É pique, é pique, é piquete!
Só faz bem quem gosta! Um ano de Geni na mídia e na vida
Há um ano, em 1º de junho de 2013, a gente jogava amor na Geni e ela se jogava no mundo. A proposta de produzir uma revista mensal independente, sem financiamento nenhum a não ser o do nosso próprio bolso, era e continua sendo ambiciosa. Mas também era e continua sendo necessária para chacoalhar os quadris dos meios de comunicação nacionais, em grande parte operados por grupos que concentram poder econômico, político, simbólico – além de concessões públicas.
A Geni começou a ser pensada seis meses antes, quando um e-mail convite foi disparado por Marcos Visnadi, em 5 de janeiro de 2013, que teve um poder mobilizador surpreendente! Um grupo de pessoas decidiu juntar forças e vontade de fazer um meio de comunicação que tratasse de questões de gênero e sexualidade com profundidade, tesão e alegria.
Sem lenço, sem documento, sem patrão nem patrocínio
Desde o início a bonita já chamou atenção, fosse pela sua estética ou por reunir um debate que estava pulverizado na rede, na academia ou limitado a um pequeno grupo de pessoas.
Também decidimos trabalhar com independência. Nos financiamos com vaquinhas – sim, vaquinhas – e sustentamos uma publicação mensal com a força da peruca. Colunas de opinião, entrevistas, reportagens, resenhas, conteúdo gráfico – nada tem patrocínio.
Neste primeiro ano de trabalho coletivo, sambamos muito: às vezes na cara da sociedade, às vezes para manter os prazos e a qualidade editorial a que nos propomos. Aprendemos a trabalhar juntxs e, na maior parte das vezes, à distância.
Em uma conversa, levantamos os momentos que foram mais marcantes para cada um/a. O que há em comum nas falas é que todxs citaram os momentos em que estávamos em contato com as pessoas, movimentos sociais, nas manifestações, encontros, entrevistas, debates e festas.
Juntx e misturadx
O medo inicial do isolamento, de uma criação insólita e isolada de um site na internet, não se confirmou. Tivemos a honra de conhecer pessoas realmente especiais, com quem aprendemos muito, e isso só nos estimulou a continuar. Botar a banda na rua e nossos textos, ideias e imagens para girar.
Para a edição de aniversário decidimos falar de mídia. Pois esta foi a forma que encontramos para militar, buscar espaço e dizer que a comunicação não é um privilégio de pessoas educadas, ou das grandes agências, ou das estratégias fascistas. Comunicação é liberdade! Por isso, a entrevista deste mês é com o midiativista e humorista Rafucko.
E como falar sobre mídia e não lembrar da nossa odiada favorita? Pedro “Pepa” Silva traça um perfil que percorre a história da Rede Globo que, segundo ele, tem espaço garantido até nos nossos afetos. Rala, mandada!
Para contribuir e incendiar um debate recente, temos o texto de Aline Gatto Boueri sobre a Lei de Meios argentina e a construção de uma comunicação não sexista. Um arraso!
Percebam que nesta edição comemorativa a Geni está um estouro! Os GIFs são as nossas biribinhas! Para eles, contamos nesta edição com as ilustrações dadivosas do Contradesenho, projeto de Ana Carolina Carmona e Gustavo Motta, responsáveis pela capa desta edição especial.
Como presente de aniversário, a Geni recebe um vestido de noite, uma roupa de guerra, uma sandália plataforma de acrílico e strass, e uma série de amigxs, comparsas e amantes. Mas nosso verdadeiro presente é o retorno que vocês, leitorxs, nos dão e nos deram nesses 365 dias de puro babado, confusão e tapa na cara, de muitas pedras, mas, sobretudo, de muitas flores e amor também.
Coletivo Geni, junho de 2014