Geni é uma revista virtual independente sobre gênero, sexualidade e temas afins. Ela é pensada e editada por um coletivo de jornalistas, acadêmicxs, pesquisadorxs, artistas e militantes. Geni nasce do compromisso com valores libertários e com a luta pela igualdade e pela diferença. ISSN 2358-2618

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Manifesto Geni

VESTIU UMA CAMISA LISTRADA E SAIU POR AÍ.
E SORRIA QUANDO O POVO DIZIA: “SOSSEGA, LEÃO!”

Somos um coletivo aberto.

Nossos corpos sentem falta de espaço. E queremos estar vivxs. É na vida que militamos!

A Geni é uma revista sobre gênero, sexualidade & coisas afins. Queremos fazer uma revista comprometida com valores libertários e que seja militante – e sirva à militância – na luta pela igualdade e pela diferença.

A Geni é feita de muito trabalho – não pago, voluntário, de amor. Com a força da peruca. E não vamos competir com a mídia corporativa, heteronormativa, lucrativa. Ela não nos representa. Acreditamos que o jornalismo independente vai causar no mundo. E temos tesão nisso tudo.

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Todas as palavras, sobretudo os barbarismos universais.

A comunicação não é um privilégio de pessoas educadas, ou das agências de comunicação, ou das estratégias fascistas. Comunicação é liberdade.

Contra o jornalismo bom-moço preconceituoso. Contra as instituições oficiais direitinhas. Contra a governabilidade dos conchavos com o ódio. Contra a sinuca de bico da tolerância. Contra os “direitos humanos para humanos direitos”.

Não queremos ser toleradxs. Não queremos ser aceitxs. Queremos estar vivxs e inteirxs.

EU DOU PRA QUEM EU QUERO, A PORRA DA BUCETA É MINHA

Não nos convide para um país que não possamos revolucionar.

Não nos convide para uma revolução em que não possamos dançar.

Vivemos a falência do binarismo de gênero. Sem ressentimentos.

Pastor Marco Feliciano late: “A natureza deles é gritar, xingar, falar palavras de ordem. É dar beijos no meio da rua, tirar a roupa. A natureza deles é expor um homem como eu ao ridículo”. Geni morde: É a nossa natureza mesmo!

VAMOS PEDIR PIEDADE: SENHOR, PIEDADE! PRA ESSA GENTE CARETA E COVARDE

Expor o ridículo ao ridículo. Contra o machismo, o racismo e a homofobia. Contra a opressão de classe. Contra todas as opressões.

Contra o governo e sua polícia de ódio. Contra o fundamentalismo religioso e seus deuses de ódio. Contra o capitalismo e sua exploração de ódio.

Contra o ódio e suas pedras atiradas, sua bosta jogada.

A COR DESSA CIDADE SOU EU
O CANTO DESSA CIDADE É MEU

Muito prazer, eu existo. Nós existimos.

O canto dessa cidade é nosso.

Somos todxs travestis! E pra quem escrevemos?

Pra gente diferenciada.

Pra quem é leigo do babado.

Pra quem é LGBT. E pra quem não é.

Pra quem é vagabunda. E pra quem não é.

Pra quem é hétero, monogâmicx e responde aos estereótipos da classe média (só que de perto ninguém é normal).

Pra quem tem preguiça de política e militância – mas se mexe!

Pra quem quer e não pode pagar.

Pra quem só existe pra ser subtraídx.

Pra quem é um nó, somos nós.

Pra quem está distante – e queremos perto.

Prxs adolescentes que fomos, prxs que são, prxs que virão.

Pra quem quer transformar esta sociedade em justa e igualitária.

Pra entregar ao mundo o que a gente gostaria que ele desse a todxs nós.

O que ela quer da gente é coragem.

NÓS ESTAMOS POR AÍ SEM MEDO
NÓS SEM MEDO ESTAMOS POR AÍ

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Que desmorone tanta caretice e que renasça, desta vez com menos nome, menos grife.

Se nós não acontecermos, o despertar será menos reluzente, e tudo será menos perfumado.

A porra da buceta é nossa. A gente dá pra quem a gente quiser. E, se a Geni quiser, ela dá pra qualquer um/a.

Vestimos uma camisa listrada e saímos aqui.

VOCÊ ME ABRE OS SEUS BRAÇOS
E A GENTE FAZ UM PAÍS

Somos um coletivo aberto.

Encontrar alguém sempre reconfigura o que não existia.

Queremos encontros.

E estamos aqui pro que der e vier.

Sorrimos:

Viva a Geni! Vida longa à Geni!

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