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arte, crew punga, feminismo, graffiti, número 20, São Paulo
Crew Punga
Positivamos nossos corpos vulneráveis, sensíveis, sensuais e criativos como mais uma forma de expressão e de inserção, buscando alternativas contra a violência que sofremos na rua pelo machismo.
A Crew Punga surgiu em meados de 2014, na cidade de São Paulo e é formada por Ana Lu, Carolzinha, Magê, Roberta e Qel, moradoras de diferentes regiões da capital. Algumas de nós já éramos amigas e pintávamos juntas, posteriormente nos encontramos nas reuniões do coletivo Ocupe os Muros – composto por diversos artistas (homens e mulheres), criado a partir da necessidade de debater o movimento do graffiti e de pensar políticas públicas alternativas para a cidade de São Paulo.
Foi nesse espaço que nos percebemos como minoria feminina dentre os envolvidos. Além da identificação de ideias e das vivências de trabalho que realizamos pela cidade, o graffiti foi a forma de expressão em comum que nos uniu para iniciar uma pesquisa mais aprofundada da atuação das mulheres nos muros.
Nossa forma de pensar a questão de gênero pedagogicamente envolve a consciência das sutilezas do aprendizado da mulher na cena do graffiti, muitas vezes marginalizado em um espaço predominantemente masculino.
Essa preocupação tem norteado a nossa prática de criar um ambiente acolhedor onde nos sintamos à vontade para aprender sem pressões, junto com outras mulheres.
A lógica territorialista, fálica, que sempre balizou o movimento, coloca diante de nós uma problematização que acolha outras maneiras de existir nos espaços em que transitamos. Positivamos nossos corpos vulneráveis, sensíveis, sensuais e criativos como mais uma forma de expressão e de inserção, buscando alternativas contra a violência que sofremos na rua pelo machismo, pela fragilização do corpo da mulher e a alienação de seus desejos e de sua imagem.
Muitas mulheres desistem cotidianamente do trabalho artístico por terem que assumir o papel de “cuidadoras” de casa e dos filhos. Desejamos tornar pública essa voz, trocar com as mulheres que também vivenciam essas contradições, para que juntas consigamos construir cada vez mais espaços em que estejamos à vontade para aprender, pintar na rua, encontrar nossa expressividade e dar continuidade ao nosso trabalho
Pretendemos ser mais uma parte dessa grande história que buscamos construir junto a outras iniciativas que fortalecem os processos de empoderamento da mulher.
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