entrevista
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Mulheres na tecnologia
Convidamos cinco mulheres que habitam e constroem espaços de tecnologia. Por Coletivo Geni
Uma imagem recorrente ao pensarmos espaços de formação, discussão, estudo e criação de tecnologias é de serem ambientes predominantemente masculinos. Sabendo disso, levantamos algumas questões e convidamos mulheres que habitam e constróem tais espaços a nos dizer um pouco da especificidade de ser mulher na chamada área da tecnologia. Mantivemos as mesmas perguntas a todas, pensando em fazer um texto corrido com as entrevistas, mas ao receber as respostas vimos que a experiêcia e ciência de cada uma perderia a força em nosso arranjo. Assim, optamos por publicar na íntegra as respostas de Aline Freitas, Camilla Gomes, Erin Pinheiro, Estrella Soria e Nessa Guedes sobre machismo e tecnologia, segurança, mercado de trabalho, representatividade de mulheres e o que mais apareceu ao longo do convite!
Aline Freitas
“Eu assumi minha identidade feminina nessa época em que estava envolvida com o CMI. Tive muito apoio das mulheres do coletivo, que me convidaram para fazer parte de um coletivo de mulheres ligadas à tecnologia, chamado Birosca. A Birosca foi onde pude me desenvolver de forma derradeira. Tínhamos uma servidora web que podíamos usar como um laboratório de aprendizagem. E isso foi um ponto de partida para que eu pudesse aprender e me desenvolver.[…]” >>>leia mais<<<
Camilla Gomes
“Em outras experiências, em que trabalhava com suporte e manutenção, tive muita dificuldade em “passar confiança” para os clientes. Inclusive, teve uma vez que tomei um chá de cadeira por horas porque não acreditaram que a empresa tinha mandado uma técnicA para resolver o problema – sendo que resolvi em meia hora o que outros técnicOs não tinham conseguido. Na maioria dos lugares em que atendi, eu me sentia cobrada e vigiada o tempo todo, como se lá no fundo torcessem pra que eu cometesse algum erro. Afinal, como uma mulher consegue resolver algo que nenhum homem conseguiu?” >>>leia mais<<<
Erin Pinheiro
“[…] Acho que, se fossem realmente esforços de igualdade de gênero [das empresas], já estaríamos num lugar bem melhor hoje em dia e os problemas (discriminação, diferença salarial, entre outros) não existiriam mais.” >>>leia mais<<<
Estrella Soria
“Minha relação com a tecnologia passou pela defesa da comunicação e da pessoa, do ser humano. Isso passa pelo respeito à privacidade também com uma postura de não controle, quando este controle existe subjugando, também reivindico a ação e o exercício dessa liberdade para poder comunicar. […] O Rancho Electrónico é um projeto do qual participo atualmente, um hackerspace. A forma como participei inicialmente foi sonhando em ter um espaço assim. Não somente eu, mas conspirando com outras compas que tinham vontade de ter um espaço, e de aprender a ter um espaço, poder tocar nossas próprias realidades, desafiar nossas limitações e poder compartilhar em um lugar.” >>>leia mais<<<
Nessa Guedes
“Inclusive, no início da era do processamento de dados, lá nos idos dos anos 1940 aos 1970, as mulheres dominavam a área. A partir do momento em que inventou-se o computador pessoal e ele virou um artigo altamente rentável, imediatamente os homens passaram a dominar. É incrível. Sempre que algo começa a dar dinheiro, tratam de encomendar um backlash para eliminar as mulheres da área. Seja através da mídia, através do assédio moral, etc.” >>>leia mais<<<
Ilustração: Nara Isoda